O termo e-learning faz hoje parte do quotidiano do mundo da educação e formação, pelo que importa conhecer o seu significado. De um modo muito simples, sem recorrer a definições de entidades oficiais, pode dizer-se que o termo designa a utilização da Internet na gestão e difusão de formação.
Por outras palavras, o e-learning representa as formações flexíveis com um suporte tecnológico evolutivo, e um modelo que se aproxima do conceito de informação “just-in-time”, próximo do knowledge management.
Pela evolução que está a ter, nomeadamente nos países desenvolvidos, o e-learning é já um fenómeno com um peso significativo, que apesar de constituir uma oportunidade para os sistemas de educação e formação, apresenta também desafios de relevo.
Se por um lado, permite a redução dos custos indirectos, a individualização da formação, a rapidez na disponibilização para mercados de grandes dimensões e a gestão central e sistemática de competências, por outro lado exige uma gestão integrada das suas duas componentes, a engenharia pedagógica e a plataforma tecnológica.
A primeira componente tem a ver com a abordagem pedagógica adoptada na concepção e difusão dos cursos, e a segunda, de cariz tecnológico, com as plataformas e as suas diversas funcionalidades.
A implementação do e-learning implica mudanças importantes, nomeadamente nos perfis dos formadores, os quais assumem novas funções, como a concepção e elaboração de cursos, e a tutoria e animação de classes virtuais.
O e-learning exige ainda a concepção de conteúdos específicos, que tirem partido da interactividade da Internet e que sejam desenvolvidos de forma granular, de modo a permitir o reaproveitamento das pequenas “unidades de saber”. Neste aspecto, o principal problema é a transferibilidade dos conteúdos de uma plataforma para outra, dado que há vários standards no mercado.
No tocante à plataforma tecnológica, a sua escolha, apesar de não ser o factor principal, assume especial importância. Para fazer uma boa escolha é necessário conhecer as diferentes plataformas no mercado, as suas capacidades e funcionalidades, assim como as necessidades funcionais a satisfazer.
Após a selecção das soluções capazes de satisfazer as necessidades funcionais identificadas, é ainda necessário definir alguns aspectos técnicos, de modo a salvaguardar que a solução escolhida reúne os requisitos para se integrar no sistema informático existente, quer do ponto de vista de equipamento como de software.
Para facilitar a comparação da oferta disponível no mercado, podem reagrupar-se as funcionalidades das plataformas de e-learning em 7 dimensões, em que cada uma traduz uma necessidade específica da formação:
– A gestão da formação que abrange as funções administrativas relativas à organização da formação, ao acesso aos cursos e produção de relatórios;
– A gestão de competências que permite avaliar as competências individuais, fazer a sua comparação com o perfil requerido para determinada função e definir os programas de formação adequados, assim como ter uma visão do capital de competências;
– A biblioteca de formação que assegura a constituição da base de dados de cursos e a organização do catálogo de cursos;
– A criação de cursos que permite criar conteúdos de formação adaptados à Internet e definir a abordagem pedagógica, com recurso a ferramentas específicas que não exigem quaisquer conhecimentos de programação;
– O acesso aos cursos que constitui a memória do sistema com a informação relativa ao acesso dos formandos aos cursos;
– O acompanhamento do formando assíncrono que disponibiliza diferentes tipos de acompanhamento e as ferramentas que permitem seguir o formando;
– A classe virtual que permite fazer formação síncrona para vários formandos que interagem com o formador.
Por fim, resta dizer que a escolha de uma plataforma tecnológica deve ser feita em função da estratégia de e-learning, e das necessidades funcionais identificadas, e que a dimensão técnica não deverá condicionar as escolhas pedagógicas nem ser o factor decisivo, sob pena de comprometer os objectivos definidos.
Etiquetas: lms, plataformas elearning
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