No decurso de um congresso, alguém que eu muito respeito (e trabalha no MEC), afirmou: A organização em séries não combina com Inclusão. Ela viu, claramente visto, o logro de uma “inclusão de fachada“. Mas há quem não queira ver.
Todas as escolas incorporaram a “inclusão” no discurso. Na prática, são escolas inclusivas não-praticantes. A “olhómetro”, a tia arriscou a sentença: A sua filha deve ser disléxica. Leve-a a um psicólogo. Depois de muito dinheiro gasto na psicóloga, a mãe da Rita entregou um relatório à professora. A psicóloga recomendava que se ajudasse a aluna a elevar a sua auto-estima. Na prova seguinte, a vermelho, a Rita recebeu da tia a sua primeira “ajuda”: Tens de estudar mais. Assim nunca vais conseguir passar de ano.
A mãe insurgiu-se, protestou. No ano seguinte, a Rita foi transferida para outra escola, porque… “não havia vaga”. O discurso que apela à integração dos diferentes nas escolas ditas regulares não basta. Não basta assegurar o direito à inclusão; é preciso assegurar a inclusão. A sabedoria popular tem sempre razão: o pior dos cegos é aquele que não quer ver.
In “Vermelho como o céu“, José Pacheco
Etiquetas: inclusão social, jose pacheco
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