Posts Tagged ‘papel educação’

O objetivo das escolas e universidades é contribuir para o bem estar do povo

21 Junho, 2012

O que está em jogo é uma questão de valores, uma decisão sobre as prioridades que devem ordenar a vida universitária: se a primeira prioridade é desenvolver, nos jovens, a capacidade de pensar, ou se é produzir artigos para atender a exigência da comunidade científica internacional de “publish or perish”.

Eu acho que o objetivo das escolas e universidades é contribuir para o bem estar do povo. Por isso, sua tarefa mais importante é desenvolver, nos cidadãos, a capacidade de pensar. Porque é com o pensamento que se faz um povo. Mas isso não pode ser quantificado como se quantificam ovos botados. Sugiro que as nossas universidades, ao avaliar a produtividade dos que trabalham nela, dêem mais atenção ao canto do galo…

In “O canto do galo”, Rubem Alves

É desonesto criar a ilusão de que não precisamos de fazer escolhas na educação

27 Abril, 2012

Ao criarmos uma escola sobre-carregada com a missão de não apenas formar o brasileiro do futuro mas corrigir as desigualdades de 500 anos de história, nós nos asseguramos de que ela se tornará um fracasso. A escola não pode fracassar, pois é a alavanca de salvação do Brasil.

Nossas lideranças se valem do abissal desconhecimento da maioria da população sobre o que é uma educação de excelência para vender-lhe a possibilidade do paraíso terreno em que professores despreparados podem formar o novo homem e o profissional de sucesso. Essa utopia, como todas as outras, acaba em decepção e atraso. Essa pretensa revolução, como todas as outras, termina beneficiando apenas os burocratas que a implementam.

In “A utopia sufoca a educação de qualidade

Como acabar com o pesadelo da escola pública

14 Março, 2012

The structure of American schooling, 20th century style, began in 1806 when Napoleon’s amateur soldiers beat the profession soldiers of Prussia at the battle of Jena. When your business is selling soldiers, losing a battle like that is serious. Almost immediately afterwards, a German philosopher named Fichte delivered his famous “Address to the German Nation” which became one of the most influential documents in modern history. In effect he told the Prussian people that the party was over, that the nation would have to shape up through a new utopian institution of forced schooling in which everyone would learn to take orders.

So the world got compulsion schooling at the end of a state bayonet for the first time in human history; modern forced schooling started in Prussia in 1819 with a clear vision of what centralized schools could deliver:
1) obedient soldiers to the army;
2) obedient workers to the mines;
3) well subordinated civil servants to government;
4) well subordinated clerks to industry;
5) citizens who thought alike about major issues.

Trust the people, give them choices, and the school nightmare will vanish in a generation.
In “The Public School Nightmare: Why Fix a System Designed to Destroy Individual Thought?”,  John Taylor Gatto

O papel do Ministério da Educação é desenvolver o software do país

31 Outubro, 2011

“Pensa-se, comumente, que a tarefa de um político é administrar o país: pôr a casa em ordem, construir coisas novas, consertar coisas velhas, cuidar das finanças, da saúde, da segurança, da justiça, dos meios de comunicação, incluída, inclusive, a administração dos meios de escolarização existentes, coisa sob a responsabilidade do ministério da educação. Discordo. Existe uma diferença qualitativa entre aquilo que fazem os ministérios administrativos e aquilo que o ministério da educação deve fazer. A diferença entre eles é simples. Os ministérios administrativos cuidam do hardware do país. Eles lidam com a ‘musculatura’ nacional. O ministério da educação tem a seu cuidado o software do país. Ele cuida da ‘inteligência’ nacional. Seu objetivo é fazer o povo pensar. Porque um país – ao contrário do que me ensinaram na escola – não se faz com as coisas físicas que se encontram em seu território, mas com os pensamentos de seu povo”.

In “Entre a Ciência e a Sapiência”, Rubem Alves

Educação não é memorização

24 Junho, 2011

Deram-lhe o nome de Memorioso, porque julgavam que uma memória perfeita é o essencial para uma boa educação. Educação é memorização. Crianças com memória perfeita vão bem na escola e não têm problemas para passar no vestibular.

E foi isso mesmo que aconteceu. Memorioso memorizava tudo que os professores ensinavam. Mas tudo mesmo. E não reclamava. Seus companheiros reclamavam, diziam que aquelas coisas que lhes eram ensinadas não faziam sentido. Suas inteligências recusavam-se a aprender. Tiravam notas ruins. Ficavam de recuperação.

In “O aluno perfeito”, Rubem Alves

As famílias acreditam que a educação se delega e se compra

16 Junho, 2011

Vivemos uma era de convergência, multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, que em contexto global redefine conteúdos e métodos de ensino e aprendizagem. Claro que a tecnologia deve estar a serviço da educação, mas esta não pode ser refém da tecnologia. É prioritário rever a relação professor-aluno e resgatar o prazer de aprender e ensinar – base da boa educação.

As famílias não podem continuar acreditando que educação se delega e se compra. Educação se constrói com centenas de mãos e exemplos, processos e interacções. Por que permitir que a sociedade queira transformar escolas que devem preparar para a vida em reformatórios de vidas já deformadas à priori por equívocos não oriundos da escola?

A educação é a verdadeira responsabilidade social. Nenhuma outra haverá, de forma autêntica, na sua ausência.

É necessário resgatar o papel e a auto-estima dos mestres, conferindo a eles uma autonomia pedagógica responsável para que voltem a orientar as pessoas preparando-as para a vida e não para provas de eficácia contestável, com efeitos no curto prazo e distorções a médio e longo prazos.

In “Uma revolução na educação

A educação não é mercadoria

30 Março, 2011

A empregabilidade não deve ser o único objectivo da educação

28 Março, 2011

La mise en place des livrets de compétence représente par ailleurs une référence à peine voilée aux livrets ouvriers que le mouvement syndical avait réussi à faire abolir. Par ce prisme les implications sociales de la pédagogie par compétences apparaissent de manière extrêmement éclairante pour mieux renseigner sur les finalités poursuivies. Elles s’inscrivent résolument dans un projet d’assujettissement: elles sont la transposition dans le champ de l’éducation du discours de l’entreprise.

Le système éducatif tend de la sorte à se caler en fonction du seul critère de l’employabilité. L’objectif recherché est bien de préparer une main d’œuvre flexible et obéissante pour les besoins en travailleurs peu qualifiés des entreprises. Nous assistons désormais, non plus à une élévation générale du niveau de qualification, mais à sa dualisation avec corrélativement une augmentation du nombre des emplois hautement qualifiés et une croissance significative des postes de travail faiblement qualifiés.

In “L’employabilité ne doit pas être le seul but de l’éducation”

A missão de uma Escola

28 Fevereiro, 2011

Grace St. Luke’s Episcopal School

prepares

boys and girls

to become

creative problems solvers,

confident lifelong learners,

and

responsible citizens

in their communities and the world.

In “Discussing Our Mission

Educar não é encher um balde

30 Outubro, 2010

“Educar não é encher um balde. Educar é acender uma luz: uma vela que, por sua vez, vai, um dia, acender uma outra”, William Butler Yeats