Posts Tagged ‘poph’

Onde está a Aprendizagem?

17 Março, 2008

Quem se lembra como era divertido procurar o Wally no meio de uma multidão de pessoas e objectos desenhados por Martin Handford? Lembram-se do simpático personagem da blusa e gorro riscados que seduziu miúdos e graúdos e se tornou uma febre mundial?

Pode parecer estranho mas, ao ler que mais de 90% da formação em Portugal segue o modelo escolar, lembrei-me do Wally. O referido modelo é bem conhecido de todos e tem um ADN de fácil clonagem. Os formadores transmitem um conhecimento incontestável. Os formandos, sentados na sala, escutam e não contestam. Os formadores distribuem fotocópias. Os formandos estudam e memorizam. Por vezes, os formandos efectuam um teste para obter um certificado.

Perante este quadro da formação deixa de parecer estranha a recordação dos desenhos do Wally. Há uma multidão de formadores e de formandos e milhares de centros de formação, de escolas e de empresas. Mas, onde está o aprendizagem?

De facto, num modelo de formação em que os formadores expõem com a ajuda de powerpoint, e os formandos ouvem e respondem a perguntas de controlo, só por mero acaso podemos encontrar a aprendizagem. Mesmo quando os formandos têm aproveitamento em testes não há qualquer garantia de ter havido aprendizagem. Os testes apenas medem a capacidade de memorização dos formandos e não a sua compreensão da matéria. O mesmo acontece com a formação com recurso a modernas plataformas de e-learning onde também não se vislumbra a aprendizagem. Não raras vezes a formação não passa de e-reading.

Basta consultar os estudos publicados para constatar que Portugal continua a apresentar resultados claramente decepcionantes nos rankings europeus e internacionais da formação, apesar de ter “gasto” mais de 3 milhões de euros diários ao longo dos últimos 6 anos.

Para melhorar os resultados é urgente mudar o paradigma da formação. Por outras palavras, é necessário pensar e agir em termos de aprendizagem. Os formandos têm de assumir o principal papel no processo de aprendizagem, o que implica um papel activo de compreensão da matéria que se traduz na capacidade de reformular, de questionar e de validar o conhecimento. Só então fará sentido falar de aprendizagem.

Numa altura em que Portugal vai iniciar um novo ciclo de “investimento” na formação, no âmbito do Quadro Estratégico de Referência Nacional (QREN), é altura de adoptar uma grelha de análise de candidaturas com uma simples pergunta: onde está a aprendizagem?

“Não se pode ensinar coisa alguma a alguém; pode-se apenas auxiliar a aprendizagem pelo próprio”, Galileu

Publicado na edição online do Diário de Notícias da Madeira em 12 de Março de 2008.

Abertas candidaturas ao Programa Rumos

5 Março, 2008

logorumos.jpgTem início hoje o período de candidaturas ao Eixo Educação e Formação do Programa Rumos, as quais devem ser realizadas no sítio do IGFSE, entrando no campo QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).

Regulamento Específico

Despacho de Custos Elegíveis

Manual de Procedimentos e Grelhas de Análise

Publicado Regulamento da Medida 2.2 (CEFA) do POPH

11 Fevereiro, 2008

poph1.jpgFoi publicado o Regulamento Específico da Medida 2.2. – Cursos de Educação Formação de Adultos (CEFA), do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), para as candidaturas dos Centros Novas Oportunidades (CNO).

Regulamento Específico

Grelha de Análise

Quadros de Pessoal e de Remunerações dos CNO

9 Fevereiro, 2008

Para efeitos de financiamento pelo Fundo Social Europeu, é fixada uma dotação máxima elegível para o pessoal que constitui a equipa de cada Centro Novas Oportunidades (CNO), em função de níveis de resultados anuais, de acordo com a seguinte tabela:

qpcno2.jpg

As despesas com as remunerações do pessoal que integra as equipas dos Centros Novas Oportunidades, são elegíveis numa base mensal, de acordo com a função desempenhada, e têm como limites máximos mensais os constantes na tabela seguinte:

qrcno.jpg

In Regulamento Específico

Funções da Equipa Técnico-Pedagógica dos CNO

8 Fevereiro, 2008

A Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) publicou as Orientações Técnicas para Candidatura dos Centros Novas Oportunidades à Medida 2.1 do POPH que incluem as funções da equipa técnico-pedagógica dos CNO.

etp.jpg

RVCC – Publicado Regulamento da Medida 2.1 do POPH

7 Fevereiro, 2008

poph.jpgFoi publicado o Regulamento Específico da Tipologia de Intervenção 2.1. – Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, do Eixo 2 – Adaptabilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida, do Programa Operacional Potencial Humano (POPH), ao abrigo do qual deverão ser apresentadas as candidaturas dos Centros Novas Oportunidades (CNO) de Portugal Continental.

Regulamento Específico

Grelha de Análise

Eles não sabem que a aprendizagem é uma constante da vida

22 Janeiro, 2008

Eles não sabem, nem aprendem
que a aprendizagem comanda a vida.
Que sempre que um homem aprende
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

Sim, é um plágio. Bastou trocar a palavra sonho por aprendizagem e o verbo sonhar por aprender para me tornar um poeta da era da informação, onde tudo o que está na Internet pode ser adaptado livremente.

Espero que António Gedeão não me leve a mal pois a intenção é utilizar a Pedra Filosofal, que marcou a geração da Revolução de Abril, para abordar a aprendizagem ao longo da vida (ALV) no âmbito do QREN, mais concretamente do Programa Operacional do Potencial Humano (POPH).

A ALV foi consagrada pela Comissão Europeia, em 2000, no Memorando sobre a Aprendizagem ao Longo da Vida. Na altura, o conceito de ALV, que abrange toda e qualquer actividade de aprendizagem formal, não-formal e informal, apareceu como uma forma de ultrapassar a tradicional distinção entre a educação e a formação inicial e contínua. Em termos políticos, a aprendizagem ao longo da vida passou a ser um direito social que tem como reverso da moeda o dever de aprender continuamente.

Em Portugal, a aprendizagem ao longo da vida começa também a estar presente nas políticas nacionais como aconteceu no recente Acordo para a Reforma da Formação Profissional, ainda que de forma muito incipiente.

No entanto, para que tudo isto funcione há um pressuposto fundamental: querer aprender. É aí que está o busílis da questão. Se os portugueses não quiserem aprender não há solução. Podemos ter as melhores escolas, os melhores programas e até os melhores professores que os resultados serão sempre decepcionantes.

Por razões profissionais, leio regularmente estudos e publicações sobre a educação e formação publicados a nível nacional e internacional. Nessas leituras, com conclusões para todos os gostos e interesses, emerge sempre a sombra do professor como o elo mais fraco. Se os alunos não aprendem a culpa é do professor.

Sem querer tomar partido, recordo uma frase de Rubem Alves: “A aprendizagem começa com um pedido“. Um pedido do aluno que quer aprender. O professor, como mestre, é o mediador da aprendizagem. É verdade que o professor também deve ser um sedutor como defende Rubem. Sedutor no sentido em que cativa o aluno para fazer o pedido, para querer aprender, para ter gosto pela disciplina.

Contudo, o desafio da aprendizagem ao longo da vida assume, hoje, uma dimensão que está muito para além das escolas, dos programas, dos professores, em suma, da educação e formação formal. As políticas de formação e educação não podem continuar a limitar-se à aprendizagem formal, pois o futuro da aprendizagem é informal e móvel. Na sociedade em rede, as pessoas aprendem cada vez mais de modo informal nas suas actividades pessoais e profissionais. Os estudos de Jay Cross confirmam que a aprendizagem informal tem um impacto de 80% no trabalho, enquanto que a aprendizagem formal só tem 20%. Então, o pedido (querer aprender) tem de surgir, ao longo da vida, sem a intervenção do professor ou de terceiros. Tem de ser uma característica inata, tão natural como o sonho. Não podemos esquecer que a aprendizagem começa com o sonho, que gera o pedido, e que sonhar não se ensina.

Por outro lado, numa altura em que Portugal aposta fortemente no Plano Tecnológico e na Estratégia de Lisboa como alavancas para a criatividade e a inovação, temos de ter bem presente que a aprendizagem informal é, cada vez mais, o verdadeiro motor do desenvolvimento do capital humano português.

Neste contexto, será que o Programa Operacional do Potencial Humano traduz uma estratégia de Aprendizagem ao Longo da Vida? Tudo indica que não. Quando se constata a incoerência do Programa com Eixos para a Qualificação Inicial, para a Gestão e Aperfeiçoamento Profissional e para a Adaptabilidade e Aprendizagem ao Longo da Vida, percebe-se facilmente que eles não sabem, nem sonham.

Enfim, eles não sabem que a aprendizagem é uma constante da vida.

Publicado na edição online do Diário de Notícias da Madeira a 17 de Janeiro de 2008

Tag Cloud do Programa Operacional Potencial Humano (POPH)

30 Novembro, 2007

Uma leitura diferente do POPH – Programa Operacional Potencial Humano através da visualização do seu conteúdo sob a forma de uma “nuvem de palavras” construída com Many Eyes. Clique na imagem e explore a informação passando o rato sobre as palavras. Pode visualizar outra “nuvem” seleccionando “1 word”.

 

Critérios de Selecção FSE (POPH-QREN)

29 Novembro, 2007

poph21.jpgO quadro com os critérios de selecção dos projectos candidatos ao POPH – Programa Operacional do Potencial Humano (FSE) do QREN descreve os critérios para 39 tipos de projectos, incluindo os relativos aos Cursos de Educação Formação de Adultos:

a) Relevância do projecto proposto face às necessidades locais, regionais e nacionais, designadamente a curto e a médio prazo, em matéria de qualificação e empregabilidade de adultos;

b) Prioridade atribuída a públicos encaminhados por Centros Novas Oportunidades;

c) Envolvimento institucional da entidade no tecido económico, social e cultural, nomeadamente com as entidades empregadoras da região, de forma a melhor articular as acções de formação com as necessidades do tecido empresarial;

d) Desempenho demonstrado pela entidade em candidaturas anteriores, nomeadamente na qualidade da sua intervenção e nos níveis de execução realizados;

e) Contributo para o desenvolvimento de competências profissionais no domínio da inovação e sociedade de informação;

f) Grau de eficiência pedagógica e de gestão administrativo-financeira da entidade candidata, designadamente aferida pela relação entre recursos utilizados e o volume de formação;

g) Qualificação dos recursos humanos que dirigem e ministram a formação;

h) Capacidade, qualidade e adequação das infra-estruturas educativas afectas à oferta formativa proposta/instalada;

i) Garantia de instrumentos adequados a assegurar a igualdade de oportunidades de acesso, em particular de públicos mais desfavorecidos e/ou com maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho;

j) Explicitação de mecanismos que possibilitem a prossecução dos objectivos da política para a igualdade de oportunidades e igualdade de género.

Programa RUMOS – QREN Madeira (FSE)

27 Novembro, 2007

por.jpgFoi aprovado pela Comissão Europeia o Programa Operacional de Valorização do Potencial Humano e Coesão Social da Região Autónoma da Madeira para o período 2007-2013, o qual é financiado pelo FSE. A apresentação pública está agendada para o dia 18 de Dezembro sob a designação de Programa RUMOS.

rumos.jpg rumos2.jpg