Posts Tagged ‘rvcc’
As principais culturas de aprendizagem na Europa
6 Junho, 2012O reconhecimento das competências não é um fim em si mesmo
9 Março, 2011Se olharmos na perspectiva na lógica sumativa, que é testar um determinado nível de competências, dar um diploma, é óbvio que isso tem um determinado valor, um valor social, um valor pessoal, um valor profissional para a pessoa que adquiriu esse diploma.
Mas há aqui uma dimensão fundamental dos processos que não é a sumativa, é a dimensão formativa, que é o que vai fazer com que aquela pessoa tome consciência do seu percurso de aprendizagem não valorizado até aí, das competências que adquiriu e das competências que poderá ainda adquirir. É uma etapa, não é um fim em si mesmo e tem de ser visto também nesta dimensão de processo. O reconhecimento e a validação de competências não apenas na perspectiva sumativa mas na perspectiva de processo e de desenvolvimento da pessoa. É um meio para a pessoa, a partir de uma nova trajectória de aprendizagem, conseguir realizar algo, um projecto, uma nova actividade, uma nova fase em termos profissionais, sociais e educativos.
In “O conceito de competência ainda hoje se encontra em construção”, Ana Luísa Oliveira Pires
As condições para o sucesso do RVCC em França
27 Janeiro, 2010EN AMONT DE LA VAE
– Être au clair sur les finalités donnée à la VAE au départ
– Être au clair sur ce que les bénéficiaires peuvent attendre de la démarche ainsi que sur ce qu’ils ne doivent pas en attendre
– Associer le niveau de management intermédiaire
– Prendre le temps nécessaire à régler le cadre et le processus de mise en oeuvre
– Être en capacité d’évaluer les capacités de ses salariés
– Faire le choix de la certification professionnelle visée tenant compte des capacités des salariés concernés et de la cible visée par l’entreprise
– Opérer le choix de l’instance accompagnatrice
PENDANT LA VAE
– Disposer d’un accompagnement extérieur adapté au degré d’autonomie des bénéficiaires
– Assurer un suivi en interne des candidats (motivation…)
– Savoir tirer les sonnettes d’alarme en cours de route si un bénéficiaire risque d’échouer
– Ramasser dans le temps le projet de VAE
– Veiller au respect du calendrier initial
APRES LA VAE
– Reconnaître la démarche des bénéficiaires, l’effort fourni
– Gérer dans le temps le regain de motivation ou la déception suite à la démarche
– Gérer l’échec
In “Gagner en compétence pour gagner en compétitivité“
Os diferentes processos de RVCC na Europa
13 Abril, 2009O CEDEFOP publicou em 2008 “Validation de l’apprentissage non formel et informel en Europe“, que faz o estado da arte nos países europeus em 2007, tendo em consideração os princípios europeus para o reconhecimento e validação da aprendizagem não formal e informal.
Funções e competências do Formador de RVC
10 Novembro, 2008Tendo em conta as especificidades do conteúdo funcional em cada Centro, pode referir-se que as principais funções dos formadores, atendendo ao tempo que lhes dedicam, são: a validação das competência do adulto em processo RVCC; realização da formação complementar; interpretação, descodificação e sugestões de alteração do referencial de competências-chave; e reformulação/concepção de situações-problema. Ou seja, os formadores no processo de RVCC assumem, essencialmente, funções ligadas à avaliação de competências, distanciando-se assim da função tradicionalmente associada aos formadores – a transmissão de saberes.
As novas funções dos formadores de RVC exigem-lhe o desenvolvimento de outros saberes profissionais e de outras competências. A maior parte dos formadores dos CRVCC em estudo tinham experiência formativa em contexto escolar o que os obrigou a repensar e reformular os seus modos de intervenção, isso é notório na seguinte afirmação de um dos entrevistados: “tive que esquecer um pouco o que aprendi na escola [quando dava aulas]”
In “Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências – Complexidade e novas actividades profissionais”, Cármen Cavaco
Sei que não vou por aí!
4 Novembro, 2008“Vem por aqui, dizem-me alguns com os olhos doces”. Este verso do Cântigo Negro de José Régio retrata bem o que se passa com as campanhas publicitárias do governo, do Programa Novas Oportunidades ao Plano Tecnológico passando pela obra-prima da tecnologia portuguesa, o Magalhães.
A publicidade parece estender-nos os braços dizendo-nos que tudo será bom e seguro se os ouvirmos quando nos dizem “vem para as Novas Oportunidades”. Mas, “eu olho-os com os olhos lassos” de quem duvida que, de repente, seja tão simples fixar como desígnio nacional qualificar um milhão de portugueses até 2010, quando a instabilidade do sistema de educação e formação assume níveis próximos da ruptura.
“Não, não vou por aí”. Se ao longo das últimas décadas o sistema não conseguiu elevar o padrão de baixa qualificação dos portugueses, será de seguir os passos de quem nos diz que o Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências implementado pelos Centros Novas oportunidades vai elevar a formação de base dos portugueses? Como o próprio nome diz, o processo permite reconhecer, validar e certificar competências que foram adquiridas pela experiência, no pressuposto de que o candidato beneficiou de experiências de trabalho verdadeiramente formadoras. Para os candidatos é, antes de mais, um modo rápido de obtenção de um diploma escolar e de concretizar o sonho de possuir o 9º ou o 12º ano. O que acontece não se traduz numa elevação da qualificação dos activos mas, apenas, na emissão de um certificado. Em síntese, trata-se de um processo de certificação e não de um processo de desenvolvimento de novas competências ou, por outras palavras, de um investimento para elevar a qualificação dos portugueses pois o acréscimo de competências originado pelo processo tende a ser residual.
Podem repetir à exaustão “vem por aqui” que “só vou por onde me levam meus próprios passos”. Será que a certificação administrativa de competências através do Sistema RVCC resolve as debilidades estruturais de qualificação dos portugueses? A elevação administrativa das baixas qualificações dos portugueses através de certificados “Novas Oportunidades” pode ser um caminho para o sucesso estatístico em termos de ranking europeu de qualificações mas, decididamente, nunca dotará Portugal de um perfil de competências adequado para competir no mercado global.
Em abono da verdade, é justo reconhecer que o Sistema RVCC possui virtualidades e poderia ser uma medida adequada à realidade nacional caso não se pedisse demais ao sistema. Sem uma estratégia de aprendizagem ao longo da vida, que integre o sistema RVCC, não se pode acreditar que as Novas Oportunidades são o remédio para atingir o objectivo de elevar a qualificação dos portugueses. Para tal, é necessário construir um sistema de formação ao longo da vida onde as Novas Oportunidades serão um instrumento entre outros para a certificação das competências que a modernização do mercado de trabalho exige, mas nunca o instrumento principal ou único. Nesse sentido, a solução para Portugal não passa somente por “vem por aqui, para as Novas Oportunidades”, repetido com olhos doces.
Portugal tem de dizer, definitivamente, “não vou por aí”. Deve “redemoinhar aos ventos” buscando novos caminhos como os navegadores que atravessaram o Cabo da Boa Esperança. Como no Cântigo Negro, Portugal tem de deixar os caminhos doces e “arrastar os pés sangrentos” na busca de um sistema de educação e formação que, de facto, prepare cada português para ser um cidadão activo e reflexivo, “um átomo a mais que se animou”.
Como José Régio, Portugal parece dizer “não sei por onde vou, não sei para onde vou”. Eu, simplesmente, sei que não vou por aí!
Publicado na edição online do Diário de Notícias da Madeira de 28 de Outubro de 2008
A Educação de Adultos é um pilar da Aprendizagem ao Longo da Vida
13 Agosto, 2008A Associação Europeia para a Educação de Adultos liderou um consórcio que realizou o estudo “Adult Education trends and issues in Europe”, o qual identifica as grandes tendências e recomenda 5 medidas.
“Adult learning is the essential fourth pillar of the support system for lifelong learning. Schooling, VET, higher and adult education each has a significant contribution to make to the global competitiveness of the European Social Model. Without all four, the long term economic and social goals of Lisbon and the EU will be at risk.
Five key policy messages:
1. A holistic – total, integrated, systemic and all – embracing grasp and policy perspective on adult learning and the resulting provision.
2. Core public funding especially for the disadvantaged, with a stable and sustainable locally based infrastructure.
3. High quality of provision and quality of the personnel involved.
4. Recognition and credit for non-formal and informal alongside formal adult education and learning.
5. Simple key indicators, together with support for and use of good research and statistics.”
Novas Oportunidades, Novas Precaridades – Vídeo
15 Junho, 2008“O Programa promove a precaridade das novas gerações”, Ana Drago.
Novas Oportunidades para uns, Novas Precaridades para outros.
Novas Oportunidades – Mentirinhas, Mentiras e Estatísticas
9 Junho, 2008Na cerimónia comemorativa dos 159 anos da AEP, Ludgero Marques criticou a função “estatística” das Novas Oportunidades.
Quando o líder de uma das mais representativas Associações Empresariais do país decide, no discurso de aniversário e de despedida da Associação que liderou nos últimos 23 anos, defender que “não se deve desvirtuar a qualificação com propostas de formação, ou de Novas Oportunidades, que nos podem servir apenas para questões de estatística”, é altura de avaliar os resultados obtidos e a imagem que os portugueses têm do Programa, em especial daqueles que deverão reconhecer as certificações para efeitos de emprego e de progressão de estudos.
Senão, como acontece nas epidemias, esta imagem das Novas Oportunidades vai alastrar-se e ficar associada a meros interesses estatísticos. E, nesse caso, convém lembrar que há 3 tipos de mentiras: mentirinhas, mentiras descaradas e estatísticas (Disraelli).
Competências do Profissional de RVC
27 Maio, 2008A Portaria n.º 370/2008, publicada no passado dia 21 de Maio, regula a criação e funcionamento dos Centros Novas Oportunidades e define as competências do profissional de RVC:
a) Participar nas etapas de diagnóstico e de encaminhamento, sempre que tal se revele necessário;
b) Acompanhar e apoiar os adultos na construção de portefólios reflexivos de aprendizagens, em estreita articulação com os formadores, através de metodologias biográficas especializadas, tais como o balanço de competências ou as histórias de vida;
c) Conduzir, em articulação com os formadores, a identificação das necessidades de formação dos adultos ao longo do processo de reconhecimento e validação de competências, encaminhando -os para outras ofertas formativas, nomeadamente para cursos de educação e formação de adultos ou formações modulares, disponibilizadas por entidades formadoras externas ou para formação complementar, de carácter residual e realizada no próprio centro, após a validação de competências e a sua certificação;
d) Dinamizar o trabalho dos formadores no âmbito dos processos de reconhecimento e validação de competências desenvolvidos;
e) Organizar, conjuntamente com os elementos da equipa do centro que intervêm nos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências e com o avaliador externo, os júris de certificação, participando nos mesmos.
A Portaria estabelece, também, que o profissional de RVC deve ser detentor de habilitação académica de nível superior e possuir conhecimento das metodologias adequadas e experiência no domínio da educação e formação de adultos, nomeadamente no desenvolvimento de balanços de competências e construção de portefólios reflexivos de aprendizagens.
Deverá estar ligado para publicar um comentário.