Conheço tantos educadores prenhes de sonho e bondade, gente que encontro, quando já penso não haver mais para encontrar, e que seriam bem capazes de inverter o destino da escola. Tanta bondade desperdiçada, tantos sonhos assassinados, que até dói!
Continuo sem entender por que razão muitas escolas erguem barricadas, quando as imperfeitas instituições que as inspiraram já denotam alguma abertura à sociedade. Vivemos ainda o tempo da proto-história da humanidade. Mas a demanda civilizacional já levou a que até mesmo nas prisões soprassem ventos de liberdade e que muitos quartéis já fossem transformados em pousadas para turistas. O que leva as escolas a fecharem-se na concha da autossuficiência, a refugiar-se atrás de muros protegidos por guardas, como um condomínio fechado?
Temos escolas habitadas por excelentes profissionais. Porém, se alguns consentem que a degradação os degrade, outros desistem. Agito-os, desassossego-os, mas respondem:
– ‘Tens razão, é preciso mudar esta escola ensimesmada, que só produz insucesso, exclusão, violências… Mas eu tenho medo de errar.’
In “Herrar é umano”, José Pacheco
Etiquetas: escola prisão, jose pacheco
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